quarta-feira, 21 de julho de 2010

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... EU?!

Não durmi ontem à noite. Não que minha vida esteja de toda a negatividade, desastre, tristeza, indiferença, sofrimento, não, definitivamente não! pelo contrário, estou até indo- como dizem por aí. Mas estive pensando que minhas angústias por vezes, quase sempre, são meio egoístas e isso não me deixou mais dormir, isso consome por dentro, cara. Por vezes, quase sempre, nasce dentro de mim um sentimento tão mais tão egoísta que beira à maldade mesmo e esse texto me parece tão mais tão egoísta que tenho certo receio de desenvolvê-lo e tomar conhecimento de coisas até então desconhecidas e mantidas para todo o sempre dentro de mim, e, que doem tanto mais tanto que não consigo falar, conversar, gritar, não consigo escrever, tem noção? por isso, finalizo-o aqui.

Não! resolvi seguir em frente, sabe? como é que dizem? RE-CO-ME-ÇAR. Dessa vez um texto colorido, quem sabe? que te faça sorrir, por vezes quase sempre. Quero um texto bem feliz, assim, que te faça lembrar algo bom, quem sabe. Posso começar com uma pergunta positiva, por que perguntei se ‘posso’? eu devo ser quem eu quiser aqui, ou não? mas essa não é a pergunta, deixa isso pra lá. achei uma melhor para o momento, (engraçado esse lance de momento, parece até que existe um momento certo, hora marcada, destino para as coisas acontecerem, quem sabe?!) bom, lá vai ‘por que escrevo, então?’ já me perguntei isso um milhão, quatrocentos e cinco mil, trezentos e noventa e duas vezes, e, vai uma síntese que falar em voz alta o que eu quero dizer por vezes, quase sempre, soa tão estranho, então eu falo baixinho para mim mesma, eu escrevo.

Tudo o que eu escrevi e vi que; que confusão! egoísmo, insônia, angústia, sorriso, alegria, lembrança, motivo, dúvida, escrever, escrever, escrever. Tudo em único texto.

É, acho que nunca me defini tão bem.

domingo, 11 de julho de 2010

A GENTE CRESCE?

Tenho idade para ser sua filha ou sua mãe, o que pouco importa.

Hoje preciso dizer o quanto ando desinteressada pelos adjetivos. Nós, humanos, precisamos entender de uma vez por todas que somos, todos nós, substantivos; indefinido, indeterminado, próprio. Assim me parece mais agradável. Sobre tantas outras pessoas, sobre tantas outras vidas, sobre tantas outras coisas, venho fortalecer uma lembrança: existe alguém atrás da porta, existe alguém atrás do muro, existe alguém atrás da linha, viu? Não, essa pessoa não é um adjetivo, não é uma simples puta, um simples gay, uma simples anoréxica, ladrão, assassino. É uma pessoa, um ser humano, são sentimentos, mãos, pés, são rins, coração, vértebras, coluna, são enzimas, vísceras, fígado e seios, são pênis, vagina, dedos, boca e saliva. São todos nós, somos todos nós que vivemos nesse mundo, tão cansado e tão maltratado de adjetivos. Tão sofrido e tão choroso de encontros adiados, contatos não terminados, corações machucados, queimaduras de terceiro grau. Nossos lugares, chorosos e sofridos desse egoísmo todo que somos todos nós.

É que pensar sobre o que ocorre a minha volta tem sido algo frequente. Vai, quer saber um segredo? Eu sempre digo aos outros que as coisas acontecem naturalmente, mas eu mesma não me permito isso. Eu sigo, acreditando ter o controle sobre quase tudo que ocorre, e não tenho. De repente, você percebe que todos à sua volta vivem fazendo coisas, incomuns ou cotidianas, e isso tudo começa a interferir sobre os seus desejos. Dessa forma a gente acaba estabelecendo laços com as vontades dos outros. Por que faço-fazemos isso? Boa pergunta! Talvez seja para me-nos proteger, talvez seja para me-nos esconder, talvez seja porque não sei-sabemos o que realmente quero-queremos e desejar-desejarmos algo não inerente a mim-a nós me-nos faça-façamos um pouco mais decidido-(s) se o outro o for. Certo dia me disseram “Aceite que a gente cresce, inúmeras pessoas passam pelas nossas vidas, e, independente disso as coisas precisam ser feitas”. Que chatice! Crescer virou sinônimo de seguir uma ordem, que todos têm como natural, das coisas. Vamos à escola, conversamos, fazemos amigos, dançamos em festas, damos o primeiro beijo, criamos novos círculos, entramos no superior, conseguimos nosso primeiro emprego, casamos, temos filhos, envelhecemos e morremos. Sinceramente, eu nunca consegui entender porque toda essa hierarquia é a “ordem natural das coisas” e “tem que ser assim”. Por pensar e viver assim, aprendi com o tempo a fingir certas coisas. Mas fui percebendo com o tempo que fingir é como se esconder atrás de muros de gesso, que vão ficando cada vez mais frágeis e você sabe, meu bem, na próxima chuva irão desabar. O que nos motiva a continuar caminhando é esse desejo e essa esperança de que tudo sempre acaba bem para todos. Balela! Não acaba não, viu? As histórias começam e terminam, bem para um e mal para outro, ou outros. É assim, sim.


E quanto a mim? Parei de me esconder, construí muros de cimento e tijolos, bem firmes assim, com firmeza redobrada. Aprendi algo sobre limites e auto-respeito.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O que eu te desejo?

Uma lembrança, que seja boa.
Uma música, que te acalme.
Um beijo, que seja demorado.
Um olhar, que seja sincero.
Um objetivo, que seja consumado.
Uma dança, que seja na varanda.
Uma ligação, que seja na madrugada.
Um banho, que seja embaixo da chuva.
Uma sensação, que seja nova.
Um amigo, que seja fiel.
Um sorriso, que seja verdadeiro.
Um abraço, que seja próximo
bem próximo.
Um alguém, que te faça bem
e que não seja proibido estar com ele.