quarta-feira, 10 de março de 2010

O BALANÇO VERMELHO

Árvores são a primeira imagem de que eu tenho lembrança. Árvores e um balanço. Vermelho. Nem sei ao certo quantos anos eu tinha, mas sei o porquê essa cena permanece viva nos meus pensamentos. Simplesmente pelo fato de me sentir livre. Era como se no ponto mais alto pudesse olhar todas as coisas abaixo de mim, sim abaixo. No alto, estava somente eu e eu mesma e poderia ser quem eu quisesse; um pássaro, um avião, um beijo ou o mar. E que esse momento durasse e permanecesse para sempre em mim, ainda sinto o cheiro daquele instante, posso ver o vento batendo no meu rosto, mexendo meus cabelos. O lugarzinho anônimo, simples e no meio do nada tornara-se o lugar mais importante da minha vida. Ali, mesmo sem me dar conta e no auge dos meus não sei ao certo quantos anos pude conhecer uma coisinha que muito fazem questão, desapercebidos, de esquecê-la: eu pude sentir a tal da liberdade. E fico pensando quantas pessoas no mundo sorririam se a pudessem sentir? Perdoemos os que por obrigação se privam mas condenemos os que por omissão a perdem.

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