terça-feira, 31 de agosto de 2010

Novas Matérias

Passou no vestibular? Agora só falta aprender sobre o resto da vida, ou o que nos resta dela, não é? Foi assim que te disseram e se tudo der certo daqui pro final do curso você estará rico ou não, e caso ocorra a segunda hipótese ou mesmo que ela não ocorra, ainda terás um longo caminho pela frente. Olha só, tem pós, mestrado, doutorado, PHD, especializações, congressos, publicações, tem cursos para ministrar, palestras e aulas para dar, tem temos, enfim, muita coisa pela frente.

Mas dia desses eu pensava sobre o que é ensinado a todos nós e me deparei com aquele clichêzinho, e até esse termo já virou um clichêzinho, mas tudo bem, sem críticas ou auto-críticas sobre isso! Eu me deparei com aquela frasezinha idiota que diz que o mais importante não nos ensinam na escola ou na universidade, nos disseram, e tudo mundo já escutou algo sobre, que aprendemos o mais importante sobre a vida fora do local onde aprendemos muito do que trabalharemos na vida, aprendemos o mais importante sobre a vida fora do local onde aprendemos muito da profissão que talvez nos acompanhe até o final da vida. Contraditório, não?

Portanto, eu incluo desde já na minha universidade as seguintes matérias: Introdução à Dieta I, II e III, Tópicos Avançados em Relacionamentos, Teorias da Boa Convivência Familiar I, II e III, Metodologia do Auto-Conhecimento, Metodologia das Interpretações Mútuas, Pesquisa em Comportamentos Diversos, Interpretação de Olhares Alheios e Oficina da Desilusão I, II, III.

Essa seria minha grade obrigatória e que desde já facilita um pouco as coisas. Grata.

domingo, 29 de agosto de 2010

Se lembra quando eu te disse que não havia de ter ninguém nessa cidade para mim? eu me lembro bem meu bem, e me lembro bem também que você disse para mim que não haveria de ter ninguém nessa cidade para você e quase sem sentir a gente sentiu, ou não sentimos nada. nada assim nessa conjugação nós, talvez apenas eu, talvez apenas esse eu me reste, sempre. eu, eu, eu, eu quase sem sentir senti que naquele momento haveria de ter alguém nessa cidade para mim e esse alguém haveria de ser você meu bem, pois se eu me via de repente quase sem sentir evitando atalhos e pensando em caminhos mais longos, bem mais longos para chegar à sua casa simplesmente, entende, pelo simples motivo de passar alguns dez minutos a mais a seu lado, pois se simplesmente, entende, eu me via te contando coisas tão assustadoras sobre mim e que em nada te impressionavam, em nada te assustavam e isso me trazia tanta segurança, isso me fazia ter vontade de voltar e te buscar novamente e de te envolver em qualquer coisa que eu fazia simplesmente, entende, pra sentir a segurança que você me traz. eu te disse que não haveria de ter ninguém nessa cidade para mim, mas eu sei, existe sim esse alguém! então não me faça parecer mais indecisa do que eu sou quando te digo que é tão estranho te ver com uma pessoa em especial, simplesmente, entenda, é estranho te ver com qualquer pessoa, em especial ou não, é estranho te ver sempre quase sem sentir, mas sentindo. ah! você deve sentir aquele laço que não aparece nas fotos que nós batemos. Sente?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

você deve respeitar e manter-se firme no seu jogo no seu propósito pois pode ser que um convite apareça e tudo pode não poder entende? preste atenção em quem convidas e o mais é deixar ser e que pensamento mais perigoso é esse de deixar ser e deixar-se ser e que pensamento mais infantil inconsequente intangível esse de pensar que há de ser o que será e que existe algo por trás que ah quem me dera saber onde deixar-se ser pois anda cada vez mais difícil um convite é que anda cada vez mais difícil alguém que esteja disposto a interromper o jogo e ainda que tudo isso ande difícil andemos mesmo assim mesmo que cada vez mais todas as coisas andem difícieis mas de repente eis que surge um sonho eis que surge um sorriso e nem tudo parece monólogo afinal existe um discurso é que nem tudo se perde no ar entende? o que não será tangido será visto e portanto sentido afinal afinal seguiremos em frente e não pararemos o nosso texto por conta de uma palavra desconexa não devemos fazê-lo não devemos pois até o desconexo deve ter certa razão de ser porém pensando bem deixar-se ser já está difícil imagina então encontrar a razão de ser deve ser dificílima mas de repente eis que surge um sorriso e nos damos conta de que nem tudo é ruído afinal afinal ainda nos resta a nossa dança e ainda nos resta o nosso ritmo e ainda nos resta o nosso olhar adentro é ainda nos resta o nosso sentir adentro naquele dentro bem fundo bem marcado bem sentido que surpresa maravilhosa afinal! afinal ainda nos restará o nosso sorriso e no final dos tempos a nossa descoberta de que aquela roda podemos ser nós e aquele jogo ah! aquele jogo poderá ser a vida com razão razoável para a ser.

você deve respeitar e manter-se firme no seu jogo, no seu propósito, pois pode ser que um convite apareça e tudo pode não poder entende? preste atenção em quem convidas e o mais é deixar ser. e que pensamento mais perigoso é esse de deixar ser e deixar-se ser, e que pensamento mais infantil, inconsequente, intangível esse de pensar que há de ser o que será e que existe algo por trás que... ah! quem me dera saber onde deixar-se ser, pois anda cada vez mais difícil um convite, é que anda cada vez mais difícil alguém que esteja disposto a interromper o jogo e ainda que tudo isso ande difícil, andemos mesmo assim, mesmo que cada vez mais todas as coisas andem difícieis, mas de repente eis que surge um sonho, eis que surge um sorriso e nem tudo parece monólogo, afinal existe um discurso. é que nem tudo se perde no ar, entende? o que não será tangido será visto e portanto sentido afinal, afinal seguiremos em frente e não pararemos o nosso texto por conta de uma palavra desconexa, não devemos fazê-lo, não devemos pois até o desconexo deve ter certa razão de ser, porém pensando bem deixar-se ser já está difícil, imagina então encontrar a razão de ser, deve ser dificílima. Mas de repente eis que surge um sorriso e nos damos conta de que nem tudo é ruído afinal, afinal ainda nos resta a nossa dança, e ainda nos resta o nosso ritmo, e ainda nos resta o nosso olhar adentro. é, ainda nos resta o nosso sentir adentro... naquele dentro bem fundo, bem marcado, bem sentido, que surpresa maravilhosa afinal! afinal ainda nos restará o nosso sorriso e no final dos tempos a nossa descoberta de que aquela roda podemos ser nós e aquele jogo ah! aquele jogo poderá ser a vida com razão razoável para a ser.

sábado, 21 de agosto de 2010

Você é uma pessoa Madura. Isso deveria soar bonito, deveria soar como algo a se orgulhar, deveria soar como um elogio se não fosse a idéia de Maturidade cá dentro de mim. Parece que todos os caminhos darão em um único ponto e que esse ponto resumiria e resume todo o resto e nos transformaria e transforma em tudo o que somos e em tudo o que contribui para que não deixemos de ser. Esse é o ponto: ser uma pessoa Madura atingiu o sinônimo de ser um alguém descrente, alguém que jogou pela janela todos aqueles sonhos, que por serem sonhos são utópicos, que por serem utópicos são improváveis, que por serem improváveis são impossíveis e eu não gostaria, em hipótese alguma, de transmitir essa idéia pesada a alguém; de ser um alguém sem sonhos, de ser um alguém que vive com os pés no chão e não admite vôo algum, um alguém que já “passou da fase” de pensar que o mundo poderia mudar e de que haveria muito o que se fazer. Eu não me sinto bem em ter transmitido essa idéia pesada, triste, desmotivada, sem sentido nem propósito e o pior: sem esperança. Não me conformo, essa é a questão! Ou me conformo parcialmente ao pensar que interpretações são parciais também e que algo como em que algum momento um comentário de vanguarda possa soar como discurso Maduro, ou talvez até mesmo me conforte o fato de Maturidade confundir-se com inteligência inúmeras vezes.

Tenho medo de me tornar um alguém maduro, bem resolvido e bem condicionado financeiramente, tenho medo de perder meus sonhos, tenho medo de deixar de acreditar que o nosso mundo possa ser um lugar melhor para todos nós, tenho medo de perder a minha expressão e me sintonizar ao que dizem que eu deveria ser, tenho medo de acordar e perceber que não sou mais eu como indivíduo e sim indivíduo como massa- programado a fazer tudo sempre tão igual normal ao senso-comum, tenho medo de me dar conta que as roupas que visto não são minhas, que as idéias que defendo não são minhas, que o toque que eu tenho não é meu, que o meu jeito não é mais, que a minha essência se perdeu e que tudo isso foi embora quando decidi jogar janela a fora todos os meus sonhos juntos com a minha imaturidade e que sim, que agora sou uma pessoa Madura, sou enfim uma pessoa grandiosa. GRANDE GRANDIOSA DE MERDA, EU SEREI ao jogar tudo o que eu fui, tudo o que eu sou janela a fora, lançar todos os meus ideais, todo o meu mundo pelo ralo, lançar tudo feito merda naquele dia em que decidi Crescer e ser alguém para a sociedade.

Por tudo isso tenho tanto medo de crescer, tanto medo de me ver como um alguém Maduro, mas que por fim não sou eu. Prefiro por isso ser chamada de Imatura, Irresponsável, Infantil, Desnorteada, Louca. Me sinto melhor dessa forma, porque penso que ainda resta um pouco de mim em mim, ainda resta um pouco do que eu penso quando penso, ainda resta as roupas que eu visto quando me visto e saio de casa, e, que aquela frase jogada assim ao vento "como aqueles sonhos que nós tivemos um dia" não será apenas uma frase bonita que servirá para um outro alguém porque dentro de mim meus sonhos permanecem, dentro de mim meu sonho sobrevive e sobreviverá.
Utópico?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

amo inclusive aquela promessa que você nunca me fez!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

QUALQUER DIA DESSES

esses versos saem tão felizes, assim, como se os visse além de mim, como se os visse ser escritos por outro alguém, porque eles não me doem. você não me dói, mais. e qualquer dia desses, quando tudo passar eu vou te dizer tudo aquilo que deveria ser dito e você vai me ouvir, já fiz disso meu objetivo. você vai me ouvir e a gente vai rir porque foi bonito, embora não muito equivalente, não muito igualitário, mesmo que muito interpretativo, foi bonito porque a gente se quis bem e nada além, a gente se quis feliz e muito além. e eu vou olhar para a gente, como se nos visse além de nós, e vou sentir seu sorriso, que ainda guardo em mim, e guardarei. guardarei seu sorriso no lugar mais bonito dentro do meu quarto, e dentro do meu coração e dentro de mim. guardarei seu sorriso no jardim da minha lembrança mais ingênua para que ele permaneça intacto como a gente permaneceu, e permanecerá. intactos, inalterados, infantis, impossíveis. fomos impossíveis ao pensar que poderíamos ser possíveis, fomos deliquentes ao pensar que poderíamos ser corretos, fomos tudo aquilo que desejamos e que não desejamos e que não desejamos que ninguém desejasse ser. fomos transmissão, reflexão, opinião. e coração? talvez um pouco coração, talvez um philos travestido de eros, quem sabe? mas valeu, ainda te vejo com os mesmos olhos, ainda te vejo com os mesmos gestos além da minha janela, ainda posso te ver ao fechar os olhos e fechar as janelas e fechar a porta e me fechar. ainda posso te sentir e sentir que valeu, que foi bonito mesmo que não muito igualitário mas a gente se quis bem e nada além, a gente se quis feliz e muito além. e além, e intactos.

E EU.

e eu me jogando por todas aquelas ruas, uma pessoa qualquer dentro de mim, uma pessoa qualquer ao meu lado, sem me dar conta que alguém quase conhecido é também alguém quase desconhecido. sem me dar conta que um quase é um quase dos dois lados. 

e eu andando por aqueles lugares estranhos em uma cidade desconhecida, vivendo uma vida que não minha, desejando desejar um alguém que não você, por um instante por um minuto por um segundo ah por um por um por um alguém que não você, morrer de amores por um alguém que não você, por mim, por mim mesma, por mim. e eu me jogando andando escutando vozes que não a sua, que não as nossas, que não me satisfazem... entonações graves desafinadas que em nada, nem por um instante nem por um minuto nem por um segundo nem, não lembram você, essas entonações em nada lembram você, e por não lembrar lembram, por não se parecer se parecem. por que você não está aqui, sente a falta? e essa falta há de me lembrar até o final do dia o quanto afinada é a sua entonação, há de me lembrar até às 4h da manhã o quão afinada é. e nessa hora crucial, meu bem, a gente tem que decidir se a noite vai amanhecer ou se foi o dia que anoiteceu, enfim.

domingo, 1 de agosto de 2010

Gostaria que você fosse, acima de tudo, sincero! de fora para dentro e não de dentro para fora. É, já que o fim justifica os meios, eu preferiria que o nosso destino fosse ao encontro de. Que fosse dentro de você, e não fora.

Enfim, eu gostaria que a sinceridade brotasse discreta, delirante, devagar na epiderme, e fosse mais além, como uma substância, percorrendo o corpo inteiro e, enfim, te fizesse sentir vivo novamente, vivo para saber que. Que eu já nem sei mais mas. Fique ciente, quando a sinceridade chega ao coração, explode como uma bomba e tudo aquilo que a gente não consegue traduzir fica solto no ar como algo pronto a ser dito e depois? e depois nada. A gente chega a conclusão que não, meu bem, não tem linguagem suficiente para dizer tudo que a gente sente, não tem nem mesmo um pingo dessa tradução.

Mesmo assim, quando isso acontecer eu te peço somente que. Tente ser sincero ao máximo, mesmo que um pingo. Não somente comigo mas com você mesmo.Tente ser sincero ao máximo porque se perder nesse instante é quase um crime ao que a gente (não) viveu. Tente ser sincero ao máximo porque você vai tentar mas não vai conseguir explicar, porque não existe explicação perfeita.

E como réplica eu te pergunto se a gente deve mesmo se perder, e ficar por isso mesmo. Triste como algo cantado em uma rua qualquer por um mendigo culto, um sem-riqueza-inteligente, triste como um gênio sem amor?! e a gente ficará assim, camas separadas no mesmo quarto, ar-condicionado com defeito, criança-de-onze-anos-com-a-doce-ilusão-de-que-um-beijo-tem-gosto-de-chocolate? A gente ficará assim? perdidos em uma cidade desconhecida, tão não-classificável quanto um sonho-pensamento... que a gente não sabe se sonhou ou pensou.
Ou pior, que a gente não sabe se viveu.
A gente ficará assim... fotografia queimada, vinho passado do ponto, desejo sem vontade?

Por conformidade.. Amizade. Amizade. Amizade.