quarta-feira, 24 de março de 2010

[...]

A culpa é sua!
Você é a culpada de eu ter te percebido aquele dia.
Você é a culpada de ter esse jeito que eu adoro.
Você é a culpada de me envolver tanto.
Você tem culpa quando me faz sentir tão bem. Você tem culpa!
Você tem culpa quando fecha os olhos para o que eu insisto em te dizer.
Você tem culpa quando passa na minha frente e se lança. Você tem culpa!
Você é culpada quando encosta seu pé silenciosamente no meu,
quando me aperta a mão por debaixo da mesa,
quando passa a noite inteira comigo num carro somente para conversar,
sobre tantas outras coisas que não seja nós dois.
Você tem culpa,
quando me faz sentir assim,
sentir que nada mais importaria lá fora se eu pudesse chegar em casa,
abrir a porta e dar de cara com o seu sorriso.

segunda-feira, 22 de março de 2010

O MUNDO É, PASMEM, UM LIQUIDIFICADOR!

Dizem que seria melhor poder prever as coisas. Ah! Saber o que há de vir perde a graça do alcançar, ou mesmo do sentir, ou mesmo do sofrer. É, até o sofrimento tem certa razão de ser. Que significaria os acertos se não existissem os erros? Que mérito teria aquele beijo roubado se você já o soubesse de certo consentido? Que graça teria a chegada se não existisse a possibilidade da não-chegada? A gente se acostuma a separar, organizar e classificar todos os objetos para o nosso bom entendimento, tem quem divida as roupas por cores, tem quem escreva tudo em ordem alfabética ou algébrica, e não ajuda? Ajuda! Mas na prática, a teoria é outra, a gente nunca considera que exista um vermelho alaranjado ou um laranja avermelhado ou que as pessoas enxergam diferentes tonalidades de cores ou que existam outras línguas representadas por outros signos. É, pode ser que outras pessoas não compreendam as suas classificações e encontrem-se perdidas no seu quarto, é uma questão de ponto de vista. As coisas se misturam e nada é tão certo ou tão seguro que não possa ser questionável, a ciência é questionável, as pessoas são questionáveis, a física, a química, a matemática e até o amor, até ele é questionável. Se tudo o é incerto que segurança terá os nossos planos? Não que não seja comum ou que julgue errado fazê-los, continuemos com eles, mas até aquele comum e esse errado são coisas a serem repensadas, o que é certo para você pode não o ser para mim.
E tantos se desesperam ao sentir que esse é o nosso mundo, um imenso liquidificador. Tem gente que não gosta de misturas, tem gente que prefere acordar e já estar ciente do que pensará antes de dormir como quando minha mãe disse certa vez que "isso é a vida!" e não, para mim isso é "a sua vida". Por outra vez, alguém bem mais velho que eu e que também merece o meu respeito afirmou que é infantilidade ou ingenuidade odiar a rotina e isso me fez refletir. Pode ser que a maioria de nós gostemos da idéia de ter um lugar para voltar ao fim do dia, uma casa, uma cama, uma comida que nos é familiar é algo, sem dúvida, tranquilizador. Mas qual é o limite dessa tranquilidade? Até onde ela não se mistura com o comodismo? Surpresas existem! Elas podem ser boas ou ruins. Rotina existe! Triste é quando ela se torna a segurança de um cético e dos piores, aquele que já não acredita mais no sorriso da criança. E quanto aquele outro alguém que me disse infantil o ódio à rotina, hoje eu descobri: ele pode ser um bom profissional e até tornar-se ótimo, mas magnífico ou extraordinário ele nunca o será. O por quê? Bem, a rotina dele já se misturou com o comodismo há tempos.


sábado, 20 de março de 2010

TUDO AQUILO

É que eu já havia falado de tudo
Tudo aquilo que deveria ser dito
Falei-te, gritei, expliquei, repeti

E me assustei
Quando não pude me escutar
Meu amor me dei conta
Não havia proferido um único som

quinta-feira, 18 de março de 2010

PAIS E FILHOS

Há alguns anos estava um pai a ler um livro qualquer embaixo de uma árvore qualquer em um lugar qualquer. Seu filho brincava de jogar pedrinhas em um lago próximo quando ao ver o pai concentrado naquelas páginas, aproximou-se e disse:  - Pai, o que o senhor está lendo? Eu posso ler? O pai sorrindo afirmou que era algo sobre psicologia de pais e filhos e disse que sim, que ele poderia mas havia um porém: - Meu filho, você pode ler todas as páginas que quiser, mas está proibido, ouviu bem?! Proibido de ver o bilhete que está na última página!
E logo em seguida foi dar um mergulho deixando o filho à sós com a árvore, o livro e o bilhete! O bilhete, o que estava escrito nele? Que curiosidade, mas meu pai falou que eu não poderia lê-lo. O menino começou a folhear as páginas e até tentou concentrar-se nelas, porém não conteve o desejo de saber o que havia naquele "bilhete proibido", e, na primeira oportunidade abriu-o rapidamente e o leu. No auge dos seus nove anos ele não compreendeu o que aquelas palavras queriam dizer, não sabia nem ao menos o que era metáfora ainda. Mas mesmo assim, desviou o olhar em direção ao lago e viu que o pai estava sorrindo, não podendo evitar, pôs-se a sorrir também!

O que estava escrito no bilhete?
"Eu te compreendo, meu filho! A gente sempre quer saber o que está por trás de uma porta fechada".

quarta-feira, 17 de março de 2010

SOMOS COMO MÚSICAS

As pessoas são como músicas.
Tem aquela que a gente se apaixona à primeira vista e a que precisamos escutar umas dez vezes para gostar. Existem aquelas que não saem da nossa cabeça, algumas têm o dom incrível de nos acalmar após um dia chuvoso e outras nos faz sorrir feito crianças. Ah, sempre tem uma que nos faz lembrar alguém do passado e quando a gente vê sente o coração diminuindo, diminuído feito uma sementinha de maçã, qual o nome do instrumento musical que rege essa música? Bem, não sei, mas tenho uma leve desconfiança de que é isso que todos chamam saudade ou "puta merda, ainda gosto dela"!
Sim, somos todos como músicas, como quando sentimos a melodia de uma pessoa que nunca vimos na vida, mas não se esqueçam: letra é diferente de melodia, a maioria tem uma ou outra, raro e fascinante mesmo são as que têm as duas! E sempre tem aquela que foi tão importante na nossa vida que em certo momento as considerávamos como "a nossa preferida", mas eis que surgem outras e outras e nos esquecemos de escutá-la, às vezes podemos ouví-las por acaso no carro ao lado ou na fila de um supermercado, aí nos vêm uma lembrança gostosa de uma fase marcante da nossa vida, que passou. A gente vai levando, e se acostuma a dançar conforme as músicas porque essas são as leis delas: sempre vão e vêm, encontram e desencontram, feitas para dançar, para sorrir, para emocionar, desabafar.
Sim, músicas. Quer saber qual a que mais me surpreende? Não sei se por deslumbramento ou por receio, eu sempre fico surpreso ao perceber que tem a música que a gente escuta sempre e sempre, e ama! Mas nunca compreendeu nem nunca compreenderá a letra. É, talvez todo o "concerto" desse mundo esteja nessa última.

# Na foto eu e uma pessoa que muito admiro, além de melodia ele é também letra. Por tudo que representa, nós somos a prova: ex-namorados podem sim dar-se bem e querer o bem! Obrigada!

terça-feira, 16 de março de 2010

EU GOSTO DA HUMANIDADE SÓ NÃO SUPORTO AS PESSOAS (LINUS)

PEANUTS!

Pensando em uma forma de melhorar meu blog eu cheguei a seguinte conclusão: de cinco em cinco postagens de coisas que eu tenha escrito, a sexta será de algo para ilustrar minha página. As coisas serão de gosto pessoal mas espero que todos apreciem! Poderá ser uma música, um poema de algum escritor, um vídeo, uma fotografia ou até um quadrinho como esse. Mas combinemos, a turma do Snoopy não é um simples quadrinho, Peanuts deveria ser lembrado e repassado por todas as gerações e gerações, é uma forma inteligente e filósofica de tratar as dúvidas infantis que todos nós temos. Quem nunca se sentiu um pouco Charlie Brown? Quando não foi convidado para aquela festa que tanto queria ir ou sofreu por um amor não-correspondido. Estive pesquisando algumas frases marcantes dessa turminha e algumas me chamaram a atenção, pois bem:

"É melhor ter amado e perdido do que nunca ter amado na vida." (Charlie Brown)
"Não falei que estou apaixonado por ela, simplesmente disse que gosto muito do chão que ela pisa..."(Linus Van Pelt)
"Eu estou em uma nova campanha para ser agradável para as pessoas."(Lucy Van Pelt)
"Eu sou sujo, mas tenho pensamentos limpos." (Chiqueirinho)
"Mas o amor não existe para fazer a gente feliz?"(Charlie Brown)
"Eu nunca cometi um erro na minha vida. Achei que tivesse cometido uma vez, mas eu estava errada."(Lucy)
"Esse é o segredo da vida... substituir uma preocupação por outra." (Charlie Brown)
"Tudo o que você realmente precisa é amor, e um pouco de chocolate". (Lucy Van Pelt)
"Estes cinco dedos... Individualmente, eles são nada. Mas em conjunto, eles formam uma arma que é terrível!"(Lucy)
“Aquela menina é tão linda… e ainda por cima tem cheiro de papelaria.” (Linus)

Charlie Brown: Esse seu muro de pedras está sendo sua nova terapia, Linus. Toda vez que estiver com um problema você pode vir aqui e colocar mais uma pedra. Linus: Não têm tantas pedras assim no mundo, Charlie.

Lucy: Olhe para os besouros estúpidos! Eles não têm a menor idéia de como e o que está a acontecer neste mundo. Charlie Brown: O que se passa neste mundo? Lucy: Eu não tenho a menor idéia.

Linus vê uma folha caindo de uma árvore. Pára diante dela no chão e diz: você não será feliz aqui…

#Pois é, todos temos nossos complexos de Charlie Brown e viva Charles M. Schulz!




Quadrinho retirado do site http://casadosnoopy.blogspot.com/ | acessem e divirtam-se!

segunda-feira, 15 de março de 2010

MEU DESEJO

Eu te desejo como os pássaros; livres. Não quero seu canto triste isolado, e sim seu canto mais feliz, no céu.
Eu te desejo como uma canção de ninar; que me tranquilize, que me faça dormir.
Eu te desejo como um beijo de cinema; esperado e profundo, que te faça sorrir.
Eu te desejo como uma palavra nova; que não faça sentido a ninguém, somente a nós.
E que ela represente tudo o que eu não consigo traduzir.
Eu te desejo como desejo o amor; sem limites ou imposições. Puro e simplesmente amor!
Eu te desejo como desejo os dias; nunca suficientes, nunca completos.
Para ter sempre a alegria de descobrir-te novamente, e novamente.

domingo, 14 de março de 2010

APENAS E SOMENTE

Apenas saiba
Basta ter-te por perto
Basta ter-te aqui

É como desejar o mar e saber
Não posso levar-te comigo
Mas estou bem em somente olhar pra você
Apenas ouvir-te ao vento
Apenas mergulhar em seus olhos, azuis

É que é tão mais romântico não te ter, pequena
É tão mais poético não te prender a mim
Que guardar-te-ei em segredo, mistérios marinhos
Silenciosa escondida para todo o sempre então,
Ficarás viva, bonita, menina
Eternamente nessa humilde canção.

sábado, 13 de março de 2010

APENAS IDA

Enquanto nossos olhos confundiam-se, eu abri o nosso livro e escrevi a última página que faltava. Logo eu, acostumado a dividir amores, não queria uma porção ao retalho que lhe convém, queria sim poções de ti em doses, e muitas. Eu deitei todas as nossas angústias naquele travesseiro e me empenhei em dobrar nossos lençóis quando o sol viesse, eis meu erro: preocupei-me em fazer-te surgir não como proibida que eras mas sim como a doce inocência de uma menina. Devia ter aceitado a condição de ter-te por fim e não por começo, devia ter decifrado seus códigos no escuro do nosso enredo que por compaixão me privo agora. É que eu ainda lembro tanto do cheiro da sua passagem que eu peço que não me peça. Não me peça para esquecer a sua energia, quem sabe não é ela que abre a porta da minha casa quando eu saio? É, talvez seja ela que ainda me faz sorrir na rua ou que entrelace os dedos de um qualquer despedaçado casal. Envolvido nas cores da sua confusão, eu repito como a uma prece o quanto nossos passos caminhavam pelo mesmo jardim para talvez me convencer que nossos movimentos ainda vão e vêm no mililitro do relógio. Ainda sinto tanta sede dos nossos momentos que no contra-tempo do meu conforto eu me jogo no mel da ilusão, me perco. Acorda coração! Nossos beijos não são mais volta, mas apenas ida.

quinta-feira, 11 de março de 2010

UMA BORBOLETA

Hoje pensei em algo que pudesse te simbolizar e cheguei a conclusão de que você é uma borboleta. Sim, uma linda borboleta, daquelas que surpreendem quando chegam com suas cores à nossa casa, e, surgem inesperadas no meio de tantas rosas. Livre, alegrando os nossos jardins. Verde, amarela, vermelha, é impressionante como você pode ter a cor que quiser, e, seguir o vento que lhe der vontade. Simples e linda, é capaz de provocar o sorriso mais bonito de qualquer criança ou as inúmeras lembranças nostálgicas de um velhinho. Quando abre as asas, nos transmite uma sensação tão confortável quanto um beijo de boa noite dos nossos pais e por um segundo tudo na vida parece fazer sentido, nos esquecemos de tudo que possa fazer chover e acabar com aquele momento. Agora você voará por muitos lugares, conhecerá o nascer e o pôr-do-sol, e, seguirá diversos ventos. Mas por favor, não se esqueça, minha borboleta, que existe alguém que sempre te desejará, somente, o mais lindo dos jardins.

Para minha irmã, amiga e prima que me fez acreditar que os sonhos são para serem vividos, e sonhados. Determinação sempre, e saudades.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O BALANÇO VERMELHO

Árvores são a primeira imagem de que eu tenho lembrança. Árvores e um balanço. Vermelho. Nem sei ao certo quantos anos eu tinha, mas sei o porquê essa cena permanece viva nos meus pensamentos. Simplesmente pelo fato de me sentir livre. Era como se no ponto mais alto pudesse olhar todas as coisas abaixo de mim, sim abaixo. No alto, estava somente eu e eu mesma e poderia ser quem eu quisesse; um pássaro, um avião, um beijo ou o mar. E que esse momento durasse e permanecesse para sempre em mim, ainda sinto o cheiro daquele instante, posso ver o vento batendo no meu rosto, mexendo meus cabelos. O lugarzinho anônimo, simples e no meio do nada tornara-se o lugar mais importante da minha vida. Ali, mesmo sem me dar conta e no auge dos meus não sei ao certo quantos anos pude conhecer uma coisinha que muito fazem questão, desapercebidos, de esquecê-la: eu pude sentir a tal da liberdade. E fico pensando quantas pessoas no mundo sorririam se a pudessem sentir? Perdoemos os que por obrigação se privam mas condenemos os que por omissão a perdem.