sábado, 22 de maio de 2010

OBRIGADA, SENHORITA IRRESISTÍVEL!

Durante muito tempo eu senti que me faltava algo. Esperava encontrar isso através de você e até encontrei, viu? Antes que comece a pensar, me escuta...
Não vou mentir, eu gostei, gostei muito, gostei bastante, gostei muito bastante demais, gostei pra caramba. De quê? Até hoje eu me faço essa pergunta. Mas isso não vem ao caso, vim apenas para que você soubesse que acordei achando tudo meio engraçado nessa vida e pensei no que aconteceu entre nós; me senti um bobo! Você realmente não é tão irresistível assim, baby! Não é. Aliás, nunca foi. Eu vejo que gostei muito da situação de ter você por perto, gostei bastante do seu jogo, gostei demais do seu teatro, não de você! 
No final das contas, gostei de uma pessoa que, temo ao dizer, nunca existiu. E temo de novo ao me perguntar quem é você, afinal? Ah, por favor não se atreva a responder. Prefiro não saber. Pode ser que estrague com tudo o que eu senti, mesmo que pelo seu jogo, mesmo que pelo seu teatro... não por você!
Durante muito tempo eu senti que me faltava algo, realmente. E agora? Não me falta nada, baby! Mas você teve sua importância, sim! Depois de tudo isso aprendi a gostar bem mais de mim. Resolvi vir até aqui e dizer isso somente porque hoje eu acordei achando tudo meio engraçado e descobri que sou completa, completíssima e... que você nunca foi tão irresistível assim, baby!

Ah, se lembra aquela história de "Era uma vez"? Pois é, senhorita irresistível. ERA, não é mais!

Obrigada por fazer florescer e morrer tudo o que eu senti pelo seu jogo e pelo seu teatro. Essa é a sua última carta, aproveita!

=)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

PALAVRAS SOLTAS!

Naquela noite que eu te falava sobre tantos outros relacionamentos, sobre tantas outras pessoas, sobre tantos outros encontros, sobre tantos outros caminhos; conjuntos, entrelaçados, destinados. Eu sei, você pôde notar, deixei bem clara minha opinião, deixei bem explícito o que achava daqueles todos, daquilo tudo. Ficou bem claro! Você sabe agora da minha coragem, está ciente da minha loucura, pode ver até onde eu iria, não é? 

Ei, não percebeu que eu conversava sobre aqueles outros e aquelas outras, aquelas pessoas, relacionamentos, encontros, desencontros, vidas, caminhos... conjuntos, destinados, en-tre-la-ça-dos só para te dizer... 

Vai, que se DA-NE o resto do mundo, parece egoísta dito assim? Eu não me importo, não me interesso, hum, pouco me acrescenta aonde aquelas histórias irão, em que vão dar, como terminarão e quem vai se desinteressar. 

Ei, aquilo foi um pretexto! Eu falava sobre nós para você, eu falava do nosso enredo para nós mesmos! 
Ei, aquilo não foi um "deixa rolar entre eles", eu não falava daquele nosso amigo em comum, nem do idiota do mocinho da novela, nem das minhas decepções com outras pessoas, nem muito menos falava aquilo somente por falar. Acorda, aquilo foi um "deixa rolar entre a gente", foi para "ver a sua reação", para te "sentir".

Parece loucura, ou não, mas é que de vez em quando me pego a imaginar o que você pensaria ao ler tudo isso. Que gigantesco idiota, eu! Pensaria que é para outra pessoa, é claro! É sempre assim que você pensa! 

Acorda, não tem nada a ver com minhas decepções com outras pessoas!
Isso tudo é para você, é para mim, é para nós.

terça-feira, 4 de maio de 2010

ELE É LIVRE, LEMBRA?

Eu ouvia em eco aqueles pedidos 'vai, levanta daí'! Você vai acordar com a coluna arrebentada se dormir aí ao relento, se dormir aí nessa posição, se dormir aí jogada, e eu respondi, ou não disse nada (não tenho certeza nesse momento) e achei que o tivesse feito, falado, Gritado.  Mas 'Ah se fosse somente a coluna, vê meus pensamentos? Eles doerão bem mais que todas as minhas vértebras'.
E doeram doeram doeram doeram muito, muito! Você aí sentado, deitado, em pé, que seja, lendo não imagina o quanto, o quanto foi difícil acordar e não o sentir ao meu lado, porque Ele havia ido embora e esse era o seu costume que eu não me acostumo nunca. Ah, Ele não entende o quanto eu tenho ensaiado; é, porque eu não tenho a pretensão de tê-lo, não quero tanto porque ninguém é de ninguém, e foi bem assim que me disseram. Funciona desse jeito não é?! E olha eu estou tentando, mas é difícil, é tão difícil insistir em dizer/gritar que não quero que Ele seja meu.
Então eu sugiro que façamos isso por partes, devagarzinho. Para começar, prometo a você e a todo o mundo não dizer mais que o quero todinho pra mim. Em segundo lugar, faz de conta que isso é uma carta de amor daquelas bem antigas, certo? Faz de conta que eu a fiz à mão no meio da madrugada fumando cigarro e bebendo uísque falsificado no escuro do meu quarto com as velas acesas, faz de conta que eu nem me esforcei para esses versos saírem assim, eles simplesmente brotaram fácil como aquele feijãozinho no algodão que a professora manda a gente fazer quando a gente é pequeno, e desconsidere o tempo também porque as pessoas só vêem a mudinha de feijão depois de horas e eu escrevi o que tinha pra dizer a Ele em minutos, isso foi só para te dar a impressão de rapidez, instantaneidade quando comparada a outras coisas. Vamos lá, quando terminei, a coloquei num envelope cor de creme meio 'amarronzado', comprado na tarde anterior na esquina aqui de casa, e coloquei um 'De: Para:' com letras vermelhas bem grandes porque eu sou assim mesmo, sempre fui, meio exagerada. Ah, e o processo para entregá-la será bem anos 60 também (de que vale entregar uma carta de amor num carro luxuoso do ano?) porque tem que ter  entrega mesmo, nos diversos sentidos que essa palavra pode exercer, tem que ter dedicação, esforço. Continuando, eu  posso pegar a bicicleta da minha irmã mais nova, que mal cabe as minhas pernas, e ir andando na manhã tranquila de uma cidade, também, tranquila. Agora, faz de conta que eu cheguei na casa Dele, parei, hesitei, pensei em voltar mas coloquei a bendita carta na caixa de correio de uma casa sem muros (pra dar o ar de liberdade que quero passar).  Finalmente, às 12h do mesmo dia da entrega do envelope, Ele abre a caixa e vê aqueles versos, e vê também as páginas molhadas de lágrimas outrora não percebidas, com cheiro de cigarro vagabundo, com ar de uísque falsificado.
Lê: "Eu não quero você, o amor é livre, lembra? Eu só quero tê-lo nos meus dias. Eu só quero deitar e ter a certeza de que terei a sua mão pra segurar no meio da noite, pra te segurar no meio da noite! Eu só quero seu pensamento mais infantil, seu desejo mais bobo! Eu só quero seus beijos nas minhas manhãs e seu sorriso no final do meu dia. Eu só quero sua mão na minha, sua perna na minha, seus dedos nos meus, meu corpo no seu. Eu só quero gritar aquilo que está estampado feito outdoor na minha testa e que o meu vizinho já  percebeu, que o vendedor de bala da esquina já percebeu, que o jardineiro já percebeu, que o carteiro já percebeu, que a minha prima já percebeu, e que só você não percebeu...  Desculpa, mas eu vou falar o que eu prometi não dizer mais a você e nem dizer mais a todo resto do mundo. Desculpa, mas eu te quero todo pra mim." Desculpa, mas eu não consigo!