terça-feira, 16 de novembro de 2010

CARTA DE UM AMOR PREMEDITADO

ao meu/minha futuro(a) amante!

eu já falei que adoro o jeito que você senta nessa cadeira? eu adoro o seu jeito de pessoa importante que irá mudar a humanidade em breve (humanidade limitada a convivência de ti). eu já falei que adoro as inúmeras portas, e janelas, e vidros que existem entre nós? e, ciente, as adorarei cada vez mais no dia em que quebrá-las, a todas, uma por uma. em suas, ainda existência, sinto as ações que reverberam de ti para tantos outros e marcados em batom preto nas nossas janelas meus beijos te dirão para não me procurares para não me achares para não me encontrares, me ignores. somente após sentirei que me partirá os ossos, me cortará a respiração por fora na tua não presença a tua real ausência. faltará por dentro os centímetros que nos separavam além daquelas portas e depois, quilômetros próximos, ei-os em breve. questionar-te-ei como poderás tu me deixar assim? levantar e não encontrar o café da manhã pronto e me dirás "que ele nunca esteve pronto, assim" mas não entenderás que você estava e bastava, ou não estava mas te saberia em breve a chegar, te saberia em breve a chegar por entre passarinhos. machado no ar, esse meu. mania cortante essa minha de me preocupar com as horas com a vida com os toques com os toques com os toques com os tiques com os taques, que mania essa minha esquecer assim da vida! esquece assim da vida, meu amor, que me confidenciaram uma nova teoria de cachorros em busca de sensações e cheiros e, somos um pouco disso: animais e idiota! o que seríamos além de animais idiotas ignorantes alienados vindos não sei daonde e indo não sei pronde, se não isso? novas sensações, com você, sensações com você me bastariam. é, sensações com você me tornariam menos animal e mais humano me tornaria meu amor, por você. meu amor por você!  depois já saberei, já te sentirei a chegar e a me dizer baixinho no meu ouvido até atingir meu coração e puxá-lo num só golpe para fora de mim, dirás que todas as coisas seriam mais fácies se você fosse, assim, dessas pessoas que se contentam em mudar a posição da cama, ajeitar um quadro torto, comprar uma roupa nova ou cortar o cabelo, mas não! me dirás estar sempre em busca de algo maior porque não te conformarás nunca apenas com uma nova posição da cama ou um novo corte de cabelo, mais mais mais: vai querer mudar de casa, de  vizinhos, vai querer mudar de pessoa e é por isso que não me contentarei no futuro, saber-te , no passado, por mim. não apenas por, eu te queria sob, in, eu te queria fundo. não, eu vou te dizer que não queria você por mim e, sim, te queria em mim! já ouvi antes aqueles papos de rodas-gigantes de novidades montanhas-russas de sentimentos, logo eu que não tenho um parque de diversão! então ficarei com aquele gosto na boca ao encontrar-te por aí num supermercado que nada desmerecerá a ponte horizontal sob os rios do que foram os nossos ventos, ventos esses que por  longos tique taques nos massagearam até o ultimo poro, até o ultimo osso e, assim, partiremos por outros assuntos, muitos, mas no meu conto estaremos sempre juntos.

.para nos falar baixinho do começo e do fim, e de um novo começo.

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