quarta-feira, 29 de setembro de 2010

   Uma criança tem amigos imaginários, corre em lugares públicos sem preocupar-se com olhares alheios, grita quando tem vontade e fala coisas que não deveriam ser ditas. Talvez um dito louco na nossa sociedade seja um pouco disso: uma criança que manifesta livremente o que vive e sente em seu próprio mundo, um particular, diferente do mundo vivenciado universalmente. Há quem diga que ser louco é repetir o mesmo gesto diversas vezes, falar sozinho e manter o olhar distante e se for isso mesmo, todos nós somos um pouco loucos em alguma fase da nossa vida. Quantos de nós já não escutamos nosso nome em um local em que estávamos sozinhos, sentimos vontade de gritar para desentalar algo preso dentro de nós, quantos já não inventamos personagens para não nós sentirmos tão sós, falamos sozinhos no banheiro ou temos aquela mania chata que repetimos diversas vezes ao dia? A sociedade vive nos lançando padrões e regras de como agirmos e por vezes muitos sentem-se pressionados em inserir-se em tal contexto a ponto de entrarem em colapso. Há um preconceito quando fala-se em pessoas loucas na nossa sociedade, mas por vezes esquecemos que os gênios da nossa sociedade foram verdadeiros incompreendidos; Van Gogh cortou a orelha, Nietzsche enlouqueceu, Caio Fernando Abreu vivia depressivo, Virginia Woolf se suicidou. Porém, isso não os impediu de deixarem um legado de coisas lindas que traduzem muito sobre suas almas, e sobre as nossas próprias, também.
 Meus heróis? Morreram todos de overdose!

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