terça-feira, 22 de março de 2011

DIAS MAIS JUSTOS

E de um novo começo que em breve, no passado, começou.

Passou por mim, quem? Quem permitiu me olhar assim? Como quem paga dinheiro desmerecido por show desconhecido, chegou assim sem muita importância em meio a pessoas sem muita importância e pôs-se a falar de coisas sem muita importância mas me fez sorrir, me fez sorrir de qualquer coisa, também, sem muita importância. Decidiu por si própria cruzar o limite quase inexistente das batidas. Três batidas na porta. Abriu, sorriu. Eu quase te diria que não havia de me apaixonar por você se não fosse esses seus olhos a diminuir quando você sorri. Apertam apertam apertam e me apertam também por dentro e eu que nunca havia desejado, veja bem, nunca havia desejado ser outra coisa que não eu, por exatos três minutos em intervalos heterogêneos eu pensei que gostaria de ser outro.

Bem que eu tentei por outros instantes evitar cada instante, mas realizava e seu olhar transparecia feito prédio horizontal; mais utópico que panela de pressão, mais surreal que martelo verde-limão, mais assustador que buraco negro, mais desejado que cama japonesa no céu, mais bonito que casinha vermelha no topo de uma montanha verde em vida transpassada por um lindo riacho de águas cristalinas e sonoras. Seja lá o que isso for, dá para você não fazer isso? Aliás, por favor, dá para você fazer isso?

Por paralelo os efeitos colaterais: transformar-me-ei peste negra no apocalipse. Típico como apagar a memória para se proteger, para continuar vivendo. Típico como tratar mal a quem te faz sentir bem... para se proteger, para continuar vivendo. Típico como essas coisas todas que todos nos dizem e que de tanto não fazerem sentido algum acabam por transformar-se em verdade universal e irrefutável e Fica Comigo?

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