segunda-feira, 28 de março de 2011

São somente pássaros, baby!

Invades devagar flutuando sobre o branco. Esquece-te por um instante do cinza que te unes a um ponto comum. Tocaste em ti. Pare! Sentes teu próprio toque e lembra-te: não estamos todos aqui por acaso, não estamos todos aqui por coincidência, não estamos todos aqui por destino, não estamos todos aqui por um beijo. Estamos todos aqui, apenas, para sermos chamados Loucos. 
Loucos quando nos sobra tempo, Loucos quando nos falta tempo. 
Loucos quando nos falta tempo para contabilizarmos as nossas cicatrizes, quando falta tempo para nos descobrirmos em nós, Loucos quando dirigimos ziguezague entre ruas e travessas e entre almas que nos atravessam: espirrando em espirais ... sussurrando surreais. Loucos, Loucos, LOUCOS quando sobra tempo para nos empurrarmos em nossas linhas quadradas; de punições! quando nos esticamos inutilmente em puxões; de orelha! Loucos quando cortamos cílios com o olhar, fazemos a sobrancelha com canivetes, machucamos os nossos próprios joelhos. Loucos quando nos trancamos em nossas casinhas brancas de guardar carvão, em cabines de banheiros, em um colchão no chão.
Faz o seguinte: enfoque contigo em você mesmo. Afinal, são somente pássaros, baby.
Pássaros voando para os nossos ambientes fechados, flutuando devagar sobre o branco. 
E eu já terminei o meu banho!

Nenhum comentário: