domingo, 15 de maio de 2011

dormiu e acordou ou acordou e dormiu ou/e vice-versa.

Em pé, penteava o cabelo e preparava-se para dormir. Ritual: três penteadas para a esquerda, uma para a direita. Olhou-se no espelho, fitou seus próprios olhos, pupilas dilatadas no claro, cílios crescidos, assustou-se! Haveria de parar com aqueles filmes de terror morte drogas prostituição sangue. Em especial um, desde que o vira evitava mirar-se no espelho.

Deitado, percebera que alguém apagou a única fresta de luz restante, PUTA QUE PARIU ninguém avisou que ele odiava escuro?

Em pé, levantara para acender a luz e percebera: alguém a acendeu novamente. Deitado, olhou para a porta  à procura esperançosa da  fresta que sempre ficava a olhar antes de dormir mas alguém a apagou novamente. Em pé, PUTA QUE PARIU tem alguém aqui. Deitado, isso é a realidade ou fantasia? Em pé, ouvia vozes 'você tem medo de escuro?' Deitado, PUTA QUE PARIU PUTA QUE PARIU PU-TA QUE PA-RIU não tem ninguém aqui não ouço nada é só um pesadelo mas por que não consigo acordar por que por que por que? Em pé, eu preciso acender a luz. Deitado, sentiu um hálito risonho a 75 milímetros: você tem realmente medo de escuro? Deitado, onde está a luz? Deitado, não consigo acordar. Deitado, olhou para porta não havia fresta nenhuma. Em pé, acendeu a luz, continuou no escuro. Deitado, sentiu a presença de uma mão sobre o seu ombro direito. Deitado, uma outra mão sobre o ombro esquerdo. Deitado, sentiu que alguém o balançava ao mesmo tempo que ria ao mesmo tempo em que dizia você tem medo de escuro ao mesmo tempo em que desligava todas as luzes do mundo ao mesmo tempo em que respirava próximo ao seu nariz ao mesmo tempo que Deitado, abriu os olhos olhou para a porta: a fresta estava lá.
Não é um texto bonito, é um texto confuso, mesmo.
Não é sobre a nossa vida, é sobre os nossos pesadelos, mesmo.


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