sexta-feira, 9 de abril de 2010

ISSO BASTAVA?


E eu ia ficando para esquecer o que passava. É, eu te beijava como se isso me fizesse mais pura, menos repugnante. Era sempre assim, eu te encontrava pelo simples fato de me desencontrar, eu te abraçava pelo simples fato de me 'desabraçar', eu estruturava todas aquelas coisas, todos aqueles momentos por um simples fato: no fundo eu me desestruturava. E eu ia, partia, caminhando sobre essas e sobre outras porque eu tinha a certeza de te ter no final das contas, eu tinha a certeza de te ter. Você era meu refúgio, como se dois erros se transformassem em um acerto, você era meu complemento, como se dois corpos pudessem ser um só, um somente? Que tolice! Está aí algo impossível, desafiar uma lei da física? - Que física? Desafia então, lá vai... Você era o meu pulmão, o meu córtex, os meus ossos, e isso bastava, não é? Não bastava! Você era a minha amizade, minha dedicação e o meu desejo, e isso bastava, não é? NÃO BASTAVA! Tudo isso era pouco, era pequeno, era mínimo porque você era todos os meus órgãos, mas não meu coração. Você era todos os meus sentimentos, mas não meu amor.

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