terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DIÁRIO ANELAR NÃO LINEAR

No final de todo fim nos ocorre de repente um sentimento, assim, final mas esse final não seria um fim definitivo e sim, apenas, definido como o final de um ano. Um fim que no final se tornará um novo começo e que no final do novo começo terá um novo final [talvez] [quase] igual ao final anterior mas diferente já que o final de um final nunca é [fielmente] igual ao final de um outro final e esse final do final que me entranha e estranha por dentro, é no final do final que me surgem rostos sobrepostos em diferentes posições a falar de e sobre mim e que me assustam. apesar de familiar, ao pensar que morrerei se dormir. Que seja um sentimento ruim, que seja uma vivência ruim, que seja um beijo ruim, o final do final definido me entranha e estranha e me revive e revira ao pensar que moléculas de carbono em massa se dissiparão em um velho começo ou  novo final, não necessariamente o que está por vir, breve, mas qualquer um que esteja por vir, afinal. Mutantes, não irei fazer o que faço todo dia. Por hoje, não!, é como fazer o mesmo caminho por três ou trinta vezes e não chamá-lo déjà vu e não reconhecê-lo, afinal, você sabe o que é ato falho? é quando alguém comete um erro? você já ouviu o Chico? aquele que mora do outro lado do bairro? você mora do outro lado do meu bairro? você mora, sim! você olhava para mim ou é impressão minha? eu te conheço mais do que você mesma! foi somente um sonho ruim! foi um sonho lindo e havia ilhas e vilas e riachos e girassóis e uma casinha vermelha, uma casinha vermelha. que inúteis, nossos sonhos não querem dizer nada. e o que me diz de Freud e do Surrealismo, então? e caio, inúmeras vezes caio, nosso caio! eu prometo fazer um diário no próximo ano. você promete voltar? não esqueça que você é meu limite! tenho medo de te perder! você não vai me perder, eu sou imortal, mas esse é o nosso segredo. Segredo Revelado! sou tão imortal quanto qualquer um de nós, nós dois deitados nos olhando no reflexo dos nossos corpos tão bonitos assim e somente assim, faríamos uma bela fotografia, um belo momento. eu estou apaixonada, por uma mulher. onde? onde não pode? por que assim? ela tocou a minha mão e sorriu: posso te conhecer? hoje não dá! mas agora? eu vou me esconder! posso? Não! eu acho que ele poderia! por cima de mim, quando fecha assim, os olhos, e abre assim, o sorriso. tão nada ver e tão a ver comigo, olha só [não] combinamos! segura a minha mão, então! não faz isso agora, vem comigo! qualquer lugar fica lindo com você, você é linda, você é lindo! deita aqui, comigo! olha esse pôr-do-sol! que tal a minha língua? que tal outras línguas?! você beija bem! você fala bem! Você vocês Eu eus! talvez eu sinta saudades, Talvez! Segura a minha mão, no escuro! encosta o seu pé no meu e me segura a mão que eu me deito embaixo de um guarda-chuva com você, mas não podemos não devemos temos outro temos outros então me abrace um outro dia, então, e sorria! talvez eu esteja fazendo da nossa história um filme e mesmo se o fosse eu não seria a protagonista, entende, eu seria no máximo aquela terceira pessoa chata que impede o casal de ficar junto! eu tô triste pra cacete, esse lugar me dá arrepios! gostaria de ser uma favela, adoro aquelas ruas e becos e vielas, você parece que eu pareço que o quê? Ops! o vento me massageia por dentro e as estrelas brilham, por que eu fiz isso? não era eu, nunca mais faço isso por você! você vai voltar assim? você vai dormir assim? você é bonita porém louca mas os melhores são os loucos e quem os são? ela também sorri um sorriso assim louco de vez enquanto,  fora de hora, não era a hora para sorrir! quem pode me dizer a hora então se não eu? quem pode me viver a vida se não eu? o que ela quer de mim afinal? o que ela quer de nós!? ele segura a minha cintura assim e me carrega para um outro lugar, talvez um outro bar, talvez um outro planeta, me leva então, me deixa então. não vai embora, a gente se encontra após a aula, quem sabe em uma praia, quem sabe um cigarro, quem sabe um quem sabe? que saudades de você, sério! a gente mora tão perto e tão longe e eu? e eu que raramente chorava hoje choro por quase tudo!

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